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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Dia 01 tem debate sobre a unidade da esquerda socialista, participe!

Nas maiores manifestações de massa desde a luta contra a ditadura militar, milhões de pessoas nas ruas do país protestaram contra todos os governos e poderes constituídos. Levantamos as bandeiras da saúde, da educação e do transporte público. Exigimos serviços públicos gratuitos e de qualidade. Manifestamos nossa rejeição indignada a todos os governos e a um sistema político corrompido e completamente dominado pelos poderosos interesses econômicos estabelecidos. As bandeiras levantadas nas ruas por milhões de pessoas são as mesmas que há décadas levantamos todos os dias, em todas as lutas históricas da classe trabalhadora e da juventude. São também as mesmas que foram sacrificadas pelo governo do PT no altar de sua aliança com os mesmos interesses que há mais de 500 anos governam o Brasil em prol de uma minoria cujo enriquecimento ostensivo se nutre do suor de nosso trabalho e da imensa riqueza socialmente produzida por todos nós!

Dissemos em alto e bom som que não sairemos das ruas enquanto não formos capazes de transformar este país. A jornada de mobilizações iniciada em junho de 2013 foi apenas o começo de nossa luta pela justiça social no Brasil e no mundo. Não podemos sair das ruas. Mas precisamos estar conscientes de que, para mudar o Brasil, será necessário nos organizarmos para isso. Será preciso construir, no próximo período, assembleias populares, comitês e outras formas de organização em nossos locais de estudo, de trabalho e de moradia. Para que nossa luta seja vitoriosa, precisamos unificar as ruas, a juventude, os movimentos sociais e a classe trabalhadora organizada em torno de um programa que expresse a luta que travamos em defesa de nossas necessidades e direitos. Nossa força nos dá a certeza de que é possível e necessário lutar, de que é possível e necessário vencer!    

Mas para lutar e vencer, precisamos, mais do que nunca, construir a unidade de todos os que lutam contra os governos e os patrões! É com a convicção da necessidade histórica da unidade entre as forças da esquerda socialista que PSOL, PCB e PSTU convidamos todos e todas para o Seminário “A esquerda se unifica nas ruas e nas lutas”. Venha discutir conosco a nova situação nacional e a necessidade de construir nas ruas um programa e uma alternativa para a cidade e para o país. Vamos construir a frente de esquerda, nas ruas, nas lutas, nos movimentos e nas eleições!  

terça-feira, 16 de julho de 2013

PROGRAMA “MAIS MÉDICO” E O REAL PROBLEMA DA SAÚDE NO BRASIL

Por Jorge Henrique, Enfermeiro da Secretaria de Saúde do DF

Nos últimos dias a Presidente Dilma e o Ministro da Saúde Alexandre Padilha vêm anunciando uma série de medidas que supostamente seriam para contornar o caos da saúde pública no Brasil. Na última terça feira, dia 09/07, o governo federal publicou no Diário Oficial da União a medida provisória e os editais com as regras do programa "Mais Médicos", que visa ampliar o número de profissionais de saúde em municípios no interior e nas periferias das grandes cidades. A estimativa do governo é oferecer 10 mil vagas para médicos brasileiros e estrangeiros com incentivos de uma bolsa federal de até R$ 10 mil.

No atual cenário em quemobilizações multitudinárias estão sacudindo o País, o governo, de forma demagógica, tenta canalizar a pressão que vem das ruas para dentro do palácio do planalto ao anunciar medidas emergenciais que nada vão mudar o caos vivenciado pela saúde pública no Brasil. Uma mudança no SUS só pode se dar nos marcos de uma política econômica que coloque como prioridade o atendimento às demandas da população que há anos sofre com a falta de atendimento.

O sucateamento da Saúde e a lógica da privatização

Desde o processo de redemocratização do País, os governos, de Collor à Dilma, favoreceram e favorecem a mercantilização da saúde e fortalecimento da iniciativa privada do setor.  Isenção de impostos para hospitais privados e o subsídio aos planos privados de saúde comprovam categoricamente que a saúde pública no Brasil não é a prioridade dos governos.

Ao longo dos anos, os recursos do SUS foram sendo progressivamente redimensionados para a iniciativa privada através de convênios e contratos, que nada mais é do que a compra de serviços altamente lucrativos para os empresários da saúde. Do total de internações realizadas no setor privado entre os anos 2000 e 2010, 74,5% foi custeada pelo SUS; do total dos recursos públicos do SUS destinados aos procedimentos hospitalares e à produção ambulatorial, 57,33% foi destinado à rede privada contratada e apenas 43,52% à rede pública.

Em junho deste ano o Ministério da Saúde fez o lançamento do PROSUS, um programa que visa quitar as dívidas das instituições privadas filantrópicas que atuam na área da saúde com a contrapartida destas instituições aumentarem em até 5% o atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo nota publicada no próprio site Ministério da Saúde “emum ano, os incentivos pagos aos principais hospitais filantrópicos para o atendimento de usuários do SUS saltaram 185%, chegando a R$ 968,6 milhões em 2012, contra R$ 340 milhões em 2011. Nos últimos cinco anos foram feitos quatro reajustes, sendo dois só em 2012”. Enquanto isso, todos os anos a rede pública de saúde tem que se contentar com os parcos recursos destinados ao setor.

Aliados das corporações privadas de saúde, a mídia e o governo sempre alimentaram a ideia de que o problema do SUS se resume à má gestão dos serviços. Os que propagam isso são os mesmos responsáveis pelo sucateamento do setor. Eles utilizam intencionalmente o status de má qualidade dos serviços de saúde para justificar as privatizações.

Seguindo essa lógica, as propostas de flexibilização da gestão pública com a implementação de modelos organizacionais aumentaram nos últimos anos no País. As Organizações Sociais (OSs) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), criadas pelo governo de FHC; as Fundações Estatais de Direito Privado (FEDPs), proposta apresentada pelo governo Lula, mas em curso no Governo Dilma; e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), criada em 2011 pelo governo Dilma, para gerenciar os Hospitais Universitários, estão aprofundando a precarização do trabalho em saúde ao reafirmarem uma lógica mercadológica para os profissionais, que passam a ter metas de atendimentos com contratos precários e sem estabilidade. Além disso, entregam os equipamentos, serviços, trabalhadores, recursos públicos e a gestão para as entidades de direito privado. 

O financiamento e os programas pra saúde: Mais do mesmo

A Lei Complementar 141, sancionada por Dilma em 2012, assegura que o Orçamento Federal da saúde só pode variar de acordo com o crescimento do PIB. Em 2013, a previsão era a redução do PIB para 2,5%. Ou seja, o que será gasto esse ano com a Saúde deve respeitar o teto estipulado com a variação do crescimento do PIB, o que é muito pouco ou quase nada para a Saúde.

Pra piorar foi prorrogada até 2015, a DRU (Desvinculação de Receitas da União), que permite ao governo retirar até 20% do orçamento da Seguridade Social etransferir para compromissos que não tem nenhum vínculo com a boa manutenção dos serviços públicos no Brasil.Um destes compromissos é o pagamento de juros da dívida pública aos banqueiros nacionais e internacionais, que já consomeem torno de 47% da receita da federação.

No ano passado o PT frustrou a maioria daqueles que ainda acreditavam que era possível reverter o problema da saúde, ao aprovar junto a sua base aliada a PEC 29 sem uma definição mínima dos gastos federais com a saúde pública.

A recente votação pelo Senado do projeto que destina 25% dos royalties do pré-sal para a saúde, gerou expectativas em muitos que acreditam que essa medida irá mudar os rumos da saúde no País. Mas a estimativa feita pela Auditoria Cidadã da Dívida é que,em 2022, o valor que será acrescentado ao orçamento da saúde equivale apenas 0,4% do PIB. Um valor do tamanho da preocupação dos governadores com a Saúde – quase zero.

No final das contas o Brasil investe em saúde apenas metade do valor mínimo necessário para sistemas de saúde universalizados. Conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde) este valor deve ser 6% do PIB do país.

No momento o governo se vê acuado com as mobilizações que estão sacudindo o País e de forma demagógica “tira de dentro da cartola” medidas que,como um passe de mágica,tentam ofuscar, aos olhos da população, aquele que é o problema crônico da saúde pública no País: a falta de financiamento.

O programa Mais Médico tenta colocar a culpa do caos vivenciado pela saúde na falta de médicos no interior e nas periferias da cidade. Apesar de ser um fato a falta de médicos na rede, o caos da saúde não será resolvido com medidas emergenciais como essas, pois faltam médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas. Soma-se à falta de profissionais, a precária situação dos hospitais, que não contam com leitos suficientes para internação, equipamentos para exames e insumos básicos para realização de cirurgias.

As medidas propostas pelo governo em nada alteram a realidade da saúde pública no país. Elas não expressam nenhuma mudança estrutural, que permita um maior investimento no setor ou que estabeleça uma ruptura da lógica mercantilista da saúde, a qual só privilegia o setor privado.

Por isso, as mobilizações que estão sacudindo o país devem ter como objetivo a conquista de um investimento mínimo de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Saúde, pois só dessa forma é possível garantiro financiamento exclusivo da rede pública estatal de serviços de Saúde. Além disso, é preciso sair às ruas comas seguintes bandeiras:

- Pelo fim da Desvinculação das Receitas da União (DRU);
- Pela Auditoria da Dívida Pública;
- Contra os subsídios públicos aos Planos Privados de Saúde;
- Pela revogação da Lei 12.550/2011 que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH);
- Pela revogação da Lei 9.637/1998, que cria as Organizações Sociais (OSs);
- Pela anulação imediata da Proposta de Lei Complementar nº 92/2007, que propõe as Fundações Estatais de Direito Privado (FEDPs) para gerir todas as áreas sociais;
- Por uma política de valorização do servidor, isonomia salarial, estabilidade no trabalho e implantação de planos de cargos, carreiras e salários (PCCS);
- Concursos públicos para contratação de profissionais de todas as categorias da saúde.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Movimento sindical apresenta sua pauta em manifestação na capital federal



As centrais sindicais fizeram nesta quinta (11) um ato em Brasília levando a pauta de reivindicações da classe trabalhadora. Entre as cobranças levadas pelos cerca de 5 mil presentes, estava a redução da jornada de trabalho, o fim do fator previdenciário e melhorias na saúde e na educação.

A militância do PSTU marcou presença, principalmente com a juventude. A crítica aos governos do PT, que depois de 10 anos continuam com a mesma política econômica do PSDB, foi o tom da intervenção do partido. 

“Somos contra a política econômica do governo, que gasta metade do orçamento em dívida pública”, disse no carro de som Rodrigo Dantas, da CSP-Conlutas (Central Sindical Popular, Cordenação Nacional de Lutas). Para ele “o país vai mudar com a entrada em cena da classe trabalhadora”.

A paralização em Brasília não foi forte como em Porto Alegre, onde a cidade praticamente parou, mas teve um impacto. Servidores da Universidade de Brasília (UnB) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário pararam.

Alguns trabalhadores de outras categorias, como correios, pararam por conta própria, mesmo sem nenhuma divulgação por parte do sindicato. A CUT participou, mas não mobilizou sua base. A central domina praticamente todos os sindicatos de Brasília e poderia parar a cidade. 




quarta-feira, 3 de julho de 2013

Há os recursos para atender os manifestantes. Mas é preciso mexer nas empresas

Governo tem os recursos para atender os manifestantes, mas é preciso mexer nas empresas


Mobilizações pelo Brasil exigem mais saúde, educação e
 transporte público
por Almir Cezar 

As grandes mobilizações das últimas semanas pelo Brasil exigem mais saúde, educação e transporte público. Os pactos anunciados esta semana pela presidenta Dilma são efetivados por projetos já em tramitação no Congresso Nacional. A grande mídia ataca que para atender às demandas dos manifestantes, a União teria que gastar a mais a R$ 115 bilhões até 2020.

Negando a lógica da matéria, existem os recursos públicos que cubram o valor levantado pelo jornal Valor Econômico. Poderiam vir do não pagamento dos juros da dívida pública, que apenas em 2013 consumirá mais de 8 vezes desse valor. Também poderiam vir do superávit primário, cujo valor representa 93% do montante de gastos previstos pelo jornal.  Por sua vez, apenas nos últimos cinco meses de 2013, as desonerações liberadas pela equipe econômica, mesmo com baixo resultado em aquecer a economia, somam R$ 9,134 bilhões.

A grande mídia e o governo fizeram suas escolhas, tanto agora como antes, ficando ao lado dos empresários, banqueiros e multinacionais, em detrimento do povo da rua. Porém, os manifestantes terão que ir além do que conseguir o aumento das verbas públicas para saúde, educação e mobilidade, mas exigir do Governo  e do Congresso mudanças sobre as empresas que prestam esses serviços públicos.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Marcha em Brasília denuncia violações e corrupção da Copa das Confederações


Dando um "cartão vermelho" para a FIFA e organização da
Copa, em frente a Torre de Rádio e TV de Brasília
Na tarde deste domingo (30/06), dia da final da Copa das Confederações entre Brasil e Espanha, um grupo de manifestantes em Brasília, seguindo a convocação do Comitê Popular contra a Copa no Distrito Federal feita na véspera no encontro da Assembleia Popular dos Povos do DF, para denunciar as violações aos direitos, corrupção e os gastos com a Copa das Confederações e Copa do Mundo de 2014.

A concentração começou às 14h na Rodoviária do Plano Piloto, com confecção de cartazes e distribuição de panfletos. Em seguida, portando faixas, marcharam subindo a avenida Eixo Monumental até o parque da Torre de Rádio e TV e a Feira de Artesanato. No alto do mirante da torre foi afixado uma faixa com os dizeres "Copa pra quem?", enquanto os manifestantes circulavam em baixo cantando palavras-de-ordem.