As
eleições para reitor da UnB chegam ao segundo turno, depois de um
primeiro turno muito prejudicado pelo esvaziamento da universidade e
em um cenário político conturbado, marcado por manobras escusas e
antidemocráticas da diretoria da ADUnB que acabou dando fim a greve
docente na UnB.
No
primeiro turno das eleições, a chapa 88, encabeçada por Sadi Dal
Rosso e Maria Lúcia Leal (Baiana), foi a única a apresentar um
projeto político para a UnB capaz de resolver os problemas das
condições de ensino e trabalho cada vez mais precárias. A chapa 88
também foi a única que apresentou um projeto coerente para colocar
a UnB a serviço dos trabalhadores e dos movimentos sociais e como
instrumento de transformação social e política da realidade
brasileira.
No
segundo turno concorrerá a chapa 80, de Márcia Abrahão, e a chapa
86, de Ivan Camargo. A chapa de Ivan Camargo, ex-decano de graduação
da gestão Lauro/Timothy, vencedora do primeiro turno, representa o
setor mais conservador e reacionário da UnB, que por quase 20 anos
esteve a frente da reitoria. As gestões desse grupo, conhecido como
timotistas (referência ao ex-reitor Timothy Mulholand, derrubado
pela ocupação da reitoria de 2008), ficaram marcadas pelo
aprofundamento da privatização da UnB, pela proliferação de
cursos pagos, pela tentativa de privatizar o RU, pela truculência,
pela falta de democracia e diálogo e pelos inúmeros escândalos de
corrupção. Foi nas gestões do grupo timotista que as fundações
privadas ganharam força, passando a determinar o funcionamento da
universidade segundo os interesses comerciais e o acúmulo de
privilégios de um grupo de professores e servidores da UnB.