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sábado, 2 de junho de 2012

Ser Livre é Coisa de Vadia? Então Somos Todas Vadias!

PARA ACABAR COM A OPRESSÃO E COM A EXPLORAÇÃO DAS MULHERES!

No último sábado, dia 26 de Maio, foi realizada em diversas cidades do País, a 2° edição da Marcha das Vadias. Com o objetivo de denunciar a violência sofrida pelas mulheres, a Marcha tem origem no “SlutWalk”, um protesto mundial que teve início no Canadá, após um policial declarar que, para evitar estupros, as mulheres deveriam deixar de se vestir como “vadias”.
Em Brasília, aproximadamente 2.000 pessoas, entre elas, mulheres, homens, gays, lésbicas e crianças, participaram da Marcha. Com muita irreverência e animação as manifestantes denunciaram a violência e a opressão machista que sofrem no dia a dia, e entoaram em uma só voz o grito de liberdade. Palavras de Ordem como “Te cuida, te cuida, te cuida seu machista, a América Latina vai ser toda feminista!” e “O corpo é meu, a cidade é nossa!” deram o tom da Marcha e demonstraram a disposição de todas as mulheres em combater o machismo.

Não diga à elas o que vestir! Diga a eles para não estuprar! A Situação da metade da classe trabalhadora!
Os dilemas da sexualidade, os padrões de estéticas, a violência dentro e fora de casa, a opressão no trabalho, estão fazendo com que cada vez mais mulheres despertem para as lutas em busca de direitos, respeito e liberdade. Sabemos da importância das tarefas de libertação das mulheres, mas temos que dar ênfase, também, ao papel de exploradas que muitas cumprem na sociedade capitalista. O capitalismo se utiliza da opressão para aumentar a exploração da mulher.
Os dados do PNAD (IBGE), publicados em setembro de 2010, demonstram bem a situação de exploração das mulheres na sociedade. Segundo os dados, elas representam 46% do mercado de trabalho, são a maioria dos empregados da informalidade, representam mais da metade (53%) daqueles que ganham até um salário-mínimo e estão entre os mais pobres, representando 70% deste grupo. Além disso, têm remuneração média de até 30% a menos que os homens para exercerem os mesmos cargos, chegando a ganhar até 57% menos em algumas cidades do País.

As mulheres trabalhadoras, dos bairros pobres, são as que mais sofrem com a violência sexual e com a criminalidade, pois a violência urbana assola cada vez mais a periferia das cidades. Também são elas as que mais sofrem com a violência doméstica, pois, muitas vezes dependem economicamente do seu companheiro.

Por isso, avaliamos que a situação da mulher na sociedade é produto de fenômenos econômicos e estruturais. Acreditamos que a luta contra o machismo não obedece apenas a fatores culturais, mas tem implicação e fundamento nas estruturas econômicas sociais que cimenta a opressão e a exploração capitalista.

E com Dilma a situação não mudou!
Com Dilma na presidência da república a situação das 97 milhões de mulheres brasileiras não mudou! Antes de Dilma ser eleita a 1º presidenta do país morriam 10 mulheres a cada dia, depois com Dilma no poder esse número não mudou. Infelizmente também não mudou a situação das debilidades de aplicação da lei Maria da Penha. No país são feitos mais de 1 milhão de abortos por ano. Dentre eles cerca de 150 mil mulheres morrem ou ficam com sequelas. Para essa realidade o governo oferece a criminalização. Para dar consequência a “Carta ao Povo de Deus” – editada no período de campanha da atual presidenta, foi editada a MP 557/2011 que prevê como solução a doação de R$ 50 para as mulheres grávidas poderem se deslocar no dia do parto. O que o governo deveria fazer era deixar de dar dinheiro para os banqueiros e investir na construção de bons hospitais nas periferias e descriminalizar o aborto, garantindo contraceptivos para não abortar, e aborto legal e seguro para não morrer.

Mulheres, levantem suas bandeiras!
Lamentamos o fato ocorrido na Marcha das Vadias de Brasília, em que um grupo que se diz da direção da Marcha, deliberou, arbitrariamente, por proibir a utilização de bandeiras, fossem elas de partidos, sindicatos, movimentos sociais e coletivos. Tamanha imaturidade, fez com que Professoras e Professores do ANDES – SN (Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior), que estão em greve, travando uma luta expressiva por todo o País contra o sucateamento da Educação Superior, tivessem suas bandeiras abaixadas. Isso, porque a categoria de Professores é composta majoritariamente por mulheres que sofrem há anos com os salários defasados das universidades.

A total liberdade da mulher implica, necessariamente, no exercício de cada uma delas em expressar o que é seu de direito. Desde a escolha do que fazer com o seu corpo e da roupa que irá usar até nas escolhas das suas bandeiras políticas, tudo passa pelo seu direito de escolher o que é melhor pra si, de acordo com sua consciência.

O Machismo divide a classe trabalhadora e enfraquece sua luta contra o capitalismo. Essa opressão é responsável por afastar as mulheres dos sindicatos e dos partidos de luta. Ou seja, essa mesma opressão que subjuga e que inferioriza as mulheres é a mesma que cria obstáculos para que elas superem essa situação através da luta política.

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) luta pela incorporação das mulheres da classe trabalhadora nos sindicatos e no partido revolucionário, pois a tarefa de libertação das mulheres é uma tarefa do conjunto de nossa classe e é parte indissolúvel da luta pelo fim da exploração da sociedade capitalista.