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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Centrais sindicais deixam o Senado antes da votação do mínimo

Publicação: 23/02/2011 21:38 Atualização: 23/02/2011 22:18

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2011/02/23/interna_politica,239493/centrais-sindicais-deixam-o-senado-antes-da-votacao-do-minimo.shtml



 (Paulo de Araújo/CB/D.A Press )

As caravanas de manifestantes das centrais sindicais abandonaram a galeria do Senado antes do início da votação das emendas do mínimo, na noite desta quarta-feira (23/2). Muitos chegaram por volta das 14h e acompanharam os discursos que antecedem a votação no Plenário. A maior parte dos manifestantes representavam a Central Sindical Popular (CSP) e a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas).
Os grupos deixaram o Senado após as 21h, antes dos senadores votarem as emendas ao projeto de Lei 1/11, que muda para R$ 545 o valor do salário mínimo - atualmente fixado em R$ 540.
Cerca de 100 pessoas, limite imposto pela polícia legislativa para proteger os senadores, levaram máscaras da presidente Dilma, camisetas e pequenas faixas, mas se manifestaram de forma tímida, com inícios de vaias aos senadores que discursavam em defesa do projeto do governo de reajustar o mínimo para R$ 545. A cada vaia, eles eram repreendidos pelo presidente da Casa, José Sarney.
A secretaria executiva da CSP, Neida Oliveira, disse que os manifestantes não iam ficar até o final da sessão, por já saber que a proposta do mínimo do governo será aprovada. "Fizemos nosso protesto, mas a luta não termina aqui", disse. Eles foram ao Senado para reivindicar o aumento do salário com base no mesmo índice dos parlamentares de 62%. Segundo Neida, a proposta foi levantada como uma forma de protesto e para estimular o debate e reflexão da sociedade.
Manifestação limitada

Para proteger os senadores da base governistas de vaias e de xingamentos, como ocorreu durante a votação do reajuste do salário mínimo na Câmara, a Polícia Legislativa do Senado foi escalada para fazer uma triagem das pessoas autorizadas a entrar na galeria do plenário. Os representantes de entidades sindicais que entraram no Senado para acompanhar a votação foram vigiados de perto e não puderam portar faixas. Os policiais permitiram apenas manifestantes com camisetas das centrais sindicais.
As galerias receberam no máximo 100 pessoas. Para manifestar apoio ou rejeição durante o discurso dos senadores, os representantes de entidades só poderão balançar as mãos, em movimento simbólico. Quem se manifestasse por gritos ou criasse confusão nas galerias seria imediatamente expulso do Senado.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Militantes da CSP-Conlutas fazem protesto em votação no salário mínimo no Senado

A votação do salário mínimo pelo Senado nesta quarta-feira (24) contou com protesto organizado pela Central Sindical Popular, Coordenação Nacional de Lutas (CSP-Conlutas). Os participantes mostraram a indignação contra o salário mínimo de R$ 545,00, que foi aprovado na Câmara dos Deputados na semana passada e hoje foi aprovado no senado. Na mesma lei também foi aprovado um artigo que permite o presidente da república determinar o mínimo por decreto até 2015.

No Senado, que é um local teoricamente público, ninguém pode tirar fotos e as manifestações populares são dificultadas. Vários militantes já foram reprimidos pela polícia legislativa, que existe especialmente para proteger a casa. Um exemplo é a época em que o movimento hora Sarney foi impedido de se manifestar. Mas na votação do mínimo os militantes da CSP-Conlutas conseguiram se manifestar, enchendo as galerias destinadas ao público.

Apesar do teatrinho montado por setores como a Força Sindical, que queria um salário de R$ 560,00 e o senado gaúcho Paulo Paim, que também defendia o valor mas depois voltou atrás, o governo impôs sua vontade. A distribuição de cargos enquadrou os parlamentares da base aliada.

Propor um mínimo de R$ 560,00, ou um pouco maior que isso, não resolve a injustiça da política salarial aplicada. O Dieese, instituto de pesquisa ligado ao movimento sindical, calcula que o salário mínimo ideal deveria ser de aproximadamente R$ 2.200,00. A CSP-Conlutas defende que o aumento do salário mínino tenha um aumento de 62%, igual ao que os parlamentarem deram para eles mesmos no final do ano passado.

O aumento foi de pouco mais de 6% em relação ao mínimo atual. Bem menos do recente aumento na cesta básica e do índice que mede o preço do aluguel. Este aumento mostra a política do governo em relação à crise econômica: cortar na carne do povo para manter o pagamento a banqueiros e grandes empresários, que lucram cada vez mais.

A maioria das direções do movimento sindical cumpriu seu papel de capacho do governo e aprovou o salário de arrocho. Mas ainda existe o setor independente do governo, do qual a CSP-Conlutas faz parte. Estudantes, trabalhadores e representantes do movimento de sem-tetos conseguiram entrar no senado para desmascarar a cara-de-pau de quem ganhar R$ 27 mil só de salário (sem contar outros benefícios) acha que R$ 545,00 para quem trabalha já está muito bom.

Fala completa de Fábio Bosco na palestra sobre o Egito - SP 17/02/11 -

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Palestra sobre o Egito em SP - 17/02/11

Protestos na Líbia pedem o fim da ditadura Kadafi

A ditadura líbia de Muamar Kadafi, há 42 anos no poder, pode ser o próximo regime a cair no mundo árabe. Há seis dias, intensos protestos foram registrados em todo o país contra o ditador. A reação do governo foi extremamente sanguinária. Organizações dos direitos humanos estimam entre 230 a 400 o número de pessoas mortas pelas forças de repressão pró-regime.




Os protestos contra Kadafi ganharam força na semana passada, quando um ativista e advogado dos direitos humanos foi preso. Na quinta-feira o leste do país foi tomado por uma "dia de fúria", em homenagem a uma manifestação realizada em Bengasi em 2006, na qual cerca de uma dúzia de pessoas foi morta. O exército atirou nos manifestantes provocando inúmeras mortes. Localizada na região leste da Líbia, Bengasi é a segunda cidade do país e o epicentro das atuais manifestações.



No dia seguinte, houve novos protestos durantes os funerais da vítima do dia anterior. Mais uma vez, as forças militares leais a Kadafi despejaram suas balas sobre a população. Imagens dos protestos gravados pelos próprios manifestantes mostram grupos armados perseguindo pessoas que vão caindo depois de serem atingidas pelas balas.



O banho de sangue provocou mais fúria da população. Ao longo do final de semana, tumultos violentos se espalharam por todo o país. A revolta chegou a Musratha, terceira cidade do país, e o mais importante: chegou a capital Trípoli nesta última segunda-feira – considerada um reduto do regime. Inicialmente os manifestantes estavam reivindicando reformas e o fim da corrupção. Contudo, reivindicam agora o fim do regime e a saída de Kadafi.



Apesar da sangrenta repressão do governo, as manifestações não param de crescer. Por outro lado, a ditadura deu sinais de que vai endurecer a repressão. À TV estatal do país, o filho do ditador Seif al-Islam Kadafi disse que seu pai vai lutar até que "último homem esteja de pé" e que o exército vai garantir a segurança da nação a qualquer custo. A provocação de Seif al-Islam Kadafi provocou ainda mais ódio entre as massas.



No entanto, há sinais evidentes de elementos de crise no interior do exército e do regime. Há informações de que soldados do exército passaram a apoiar os manifestantes. Em Bengasi, há informações de que manifestantes se apoderaram de veículos militares, inclusive tanques e grandes quantidades de armas e munições do exército. No entanto, o regime ainda conta com um forte aparato repressivo. Há dezenas de milícias armadas que são lideradas por parente ou gente de confiança de Kadafi.



Por outro lado, diplomatas e membros do governo líbio também estão abandonando o barco. O embaixador líbio na Índia, Ali Al-Issawi, deixou o cargo em resposta à violência do governo. O embaixador da Líbia junto à Liga Árabe, Abdel Moneim al-Honi, disse que está se unindo à revolução. O embaixador líbio na China também renunciou. O ministro da Justiça líbio, Mustafa Abdeljalil, também se demitiu nesta segunda-feira em protestos a sangrenta situação do país.



Em Trípoli, a sede central do governo líbio e o prédio que abriga o Ministério da Justiça foram queimados, segundo a rede de TV Al Jazira. O prédio é o local onde o Congresso Geral do Povo, ou Parlamento, se reúne.



Um jornalista da Al Jazira sugere que regime se deteriora a cada momento. "Praticamente não há forças da ordem. Não se sabe onde foram. Esta situação favorece os rumores alarmantes", afirmou o jornalista Nezar Ahmed da Al Jazira sobre a situação da capital. O jornalista disse que há apenas um cordão policial em torno da sede da rede de televisão estatal Libya TV. Ele também mencionou uma possível fuga de Kadafi do país.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

As Mobilizações Precisam Continuar!

LIT-QI: Mubarak caiu! Grande Triunfo da Revolução no Egito! Contra a transição impulsionada pela burguesia e o imperialismo, continuar as mobilizações!

Declaração da Liga Internacional dos Trabalhadores sobre a revolução no Egito que derrubou o ditador Hosni Mubarak

LIT-QI


• A gloriosa revolução egípcia deu um exemplo histórico a todos os povos do mundo e um novo e decisivo passo na expansão da revolução árabe. Hosni Mubarak, o ditador odiado e o mais importante agente do imperialismo e de Israel na região foi obrigado a sair pela ação determinada das massas durante 18 dias consecutivos. A derrubada desse ditador é, por isso, um enorme triunfo das massas egípcias e árabes.


Comemoração nas ruas do Cairo após a queda de Mubarak

A revolução colocou o regime contra a parede
O centro desse gigantesco processo esteve na Praça Tahrir (ou Libertação) no centro da capital, Cairo, que se converteu no centro dos protestos que percorreram todo o país. Milhões de egípcios exigiram “Fora Mubarak” e o regime. A ocupação da praça se tornou a expressão do poder do povo mobilizado, , em oposição ao regime e a suas instituições que não conseguiam mais governar. O governo mandava acabar com a ocupação da praça e ninguém obedecia; decretou toque de recolher, mas as massas não lhe davam ouvidos. O processo galvanizou o país inteiro, e pudemos ver as massivas manifestações nas grandes cidades como Alexandria, Suez, Port Said e se estendendo a todos os cantos do país.

Com o país paralisado, o governo orquestrou uma tentativa contra-revolucionária de ataque violento contra os manifestantes, com o objetivo de derrotá-los e esvaziar a Praça Tahrir. Apesar da passividade do Exército e da covardia de um ataque de bandos armados contra manifestantes desarmados, os ocupantes da Praça Tahrir não se deixaram intimidar e expulsaram corajosamente os bandos do regime, compostas por policiais e mercenários.

Ao mesmo tempo em que perpetrava este ataque contra o movimento revolucionário, o governo chamou ao diálogo as forças de oposição toleradas e com a participação dos seguidores de El Baradei e da Irmandade Muçulmana. Apesar de estas forças não terem chegado a acordo com o regime, a sua participação significou de fato a legitimação de uma tentativa de transição negociada. Como resultado foram apenas anunciadas "reformas constitucionais" até as eleições de setembro e promessas de "concessões" vazias. As massas não acreditaram nessas manobras e continuaram exigindo a imediata saída de Mubarak, mantendo a ocupação da Praça no Cairo e principais cidades do país.

Já nos últimos dias a classe operária e os trabalhadores começaram a intervir de forma decisiva com sua mais poderosa arma: a greve. Expressão disso foi a entrada em cena dos trabalhadores do canal de Suez, dos trabalhadores da saúde e dos transportes no Cairo, bem como dos trabalhadores das telecomunicações. Até mesmo os trabalhadores de órgãos de imprensa como o Al Ahram resolveram parar contra o regime. Esta onda de greves que juntava reivindicações por melhores condições de vida, com a exigência de saída de Mubarak, foi paralisando a economia egípcia de forma cada vez mais comprometedora para os interesses da burguesia nacional e internacional. Os trabalhadores demonstravam assim, que enquanto Mubarak estivesse no poder eles iriam até o limite para conseguir o que queriam.

Frente a tudo isto, o Exército foi incapaz de reprimir diretamente as mobilizações e se manteve assistindo as marchas massivas e a ocupação da Praça. O contato constante dos soldados e baixa oficialidade com os manifestantes aprofundaram os elementos de crise no Exército, o que foi tornando cada vez mais perigosa uma possível ordem da cúpula de repressão em massa, que poderia ter como resultado imediato a divisão do Exército frente à força revolucionaria do povo egípcio.


Ativista egípcio carrega bandeira manchada de sangue

Mubarak é obrigado a renunciar
Frente à insustentável manutenção de Mubarak, o imperialismo começou a procurar articular uma "transição segura", que garantisse um "governo leal", cuja tarefa fosse "estabilizar" o país, mantendo as instituições centrais do regime, com algumas concessões democráticas. O imperialismo apostou na cúpula do Exército para levar a cabo essa tarefa, tendo em conta a sua ligação orgânica ao imperialismo, a sua importância como pilar fundamental do regime e força repressiva, e também pelo certo prestígio que ainda mantinha entre as massas.

Após vários anúncios que apontavam no sentido da renúncia na noite de 10 de fevereiro, Mubarak fraudou a expectativa da nação com um discurso que, em que em vez de anunciar seu retiro, anunciava a sua manutenção no poder com a transmissão de alguns poderes para Suleiman.

A reação furiosa da população na Praça Tahrir no Cairo e em todo o país apontava a uma radicalização dos protestos que se esperavam ainda maiores para o dia 11. Na mesma noite, os manifestantes cercaram espaços centrais como o palácio presidencial e estação estatal de TV, que estavam protegidos pelo Exército. Esta situação se foi tornando cada vez mais alarmante, particularmente para a cúpula das Forças Armadas, pois colocava a possibilidade real de enfrentamentos dos manifestantes com os organismos de segurança. Tendo em conta os importantes elementos de crise no Exército, não havia qualquer garantia que uma tentativa de tomada destes edifícios pela população pudesse ser freada pelos soldados.

Com a ampliação massiva dos protestos e a perda definitiva do controle por parte do regime, Suleiman foi obrigado a vir à televisão para anunciar telegraficamente a renúncia de Mubarak e a entrega da condução do país ao Comando Central do Exercito. A saída de Mubarak foi uma conquista enorme, imposta pelas mobilizações das massas e por isso sentida com enorme alegria e emoção.

O centro do acordo é a estabilização burguesa através do Exército
Compartilhamos a enorme e justa alegria que perpassa as massas egípcias e de todo o mundo por haver se livrado de um ditador assassino e corrupto. Mas queremos fazer um alerta: o Comando do Exército egípcio que assumiu o poder, aparecendo como uma suposta mudança frente à liderança de Mubarak, sempre foi a espinha dorsal da ditadura egípcia.

Na verdade, o alto comando do Exército é proprietário de várias empresas em diferentes setores da economia (controlando cerca de 30 a 40% da economia do país), tendo-se enriquecido à sombra da ditadura, à custa da fome e miséria do povo.

Além disso, o Exercito é o pilar central do regime de Mubarak e cumpre um papel fundamental como aliado estratégico dos EUA e Israel na região, que se expressa diretamente na ajuda militar de cerca de 2 bilhões de dólares anuais dos EUA a esta instituição.

Pôde se ver esse papel das Forças Armadas quando deram cobertura às hordas pró-Mubarak, ao permitir que entrassem na praça para espancar manifestantes nos dias 2 e 3 de Fevereiro. Com a crise provocada pelo curso da revolução, a cúpula militar tenta agora assumir diretamente o processo, livrando-se da figura incômoda de Mubarak para manter seus privilégios e nenhuma mudança significativa no país. A maior expressão disso é a indicação de Mohamed Hussein Tantawi, Ministro da Defesa dos últimos 20 anos de Mubarak, para encabeçar o novo governo até as próximas eleições.

A política que o imperialismo em conjunto com o Exército quer impor àqueles que se mobilizaram durante 18 dias para tirar Mubarak e acabar com a ditadura é a aceitação uma abertura democrática controlada, em que os principais pilares do regime repressivo se mantêm, e que se garante o cumprimento dos acordos políticos, econômicos e militares com o imperialismo e particularmente com Israel.

Nesse processo de abertura controlada, os setores da oposição burguesa preparam-se para cumprir um papel fundamental. Nesse sentido, o setor encabeçado por El Baradei e a Irmandade Muçulmana já deram declarações favoráveis para compor com os militares um governo de unidade nacional que permita uma transição negociada até as próximas eleições e aceitam que se mantenham os acordos com o imperialismo e Israel.


Manifestante sobe em tanque de guerra durante protesto

Só a mobilização independente das massas pode levar adiante a revolução egípcia!
A grande vitória alcançada pela revolução egípcia com a derrubada de Mubarak é apenas o começo e não o fim da luta contra opressão do povo daquele país.

O imperialismo e a burguesia egípcia estão tentando impedir que o povo alcance uma vitória maior do que aquela que já conseguiu, evitando que a ruptura com o anterior regime se estenda. A maior expressão disso é que a proposta de novo governo é encabeçado por um homem estreitamente ligado a Mubarak e de plena confiança do imperialismo americano. A cúpula do exército, comprometida em todos esses anos de ditadura, não vai querer que se punam os crimes, que se julguem e prendam os repressores e torturadores, nem que se firam os interesses econômicos dos grupos que floresceram à sombra de Mubarak. Não vai querer a liberdade para que se possam denunciar os crimes da ditadura nem para que os trabalhadores tenham liberdade sindical e direito de greve que ameaçariam os lucros fabulosos desses grupos aos que a eles são vinculados. Um governo integrado pelos homens de Mubarak é um obstáculo à revolução!

A ditadura matou e torturou milhares de opositores. Durante os 18 dias de mobilizações, 300 manifestantes perderam a vida. Para romper de vez com a era Mubarak é preciso, por isso, dissolver os aparatos repressivos que mantiveram pelo terror 30 anos de ditadura e punir os responsáveis pelas prisões, torturas e mortes daqueles que lutaram pelos seus direitos. Pela dissolução de todos os aparelhos repressivos! Punição a todos os responsáveis pelas torturas e mortes.

É necessário também continuar a mobilização para garantir imediatamente a libertação de todos os presos políticos e totais liberdades de associação sindical, de organização partidária e imprensa.

Sabemos que há uma divisão de classe nas fileiras do Exército. A confraternização e a incapacidade dos soldados e oficialidade média para reprimir as mobilizações são expressão disso. É necessário que os soldados e a oficialidade média tenham as mais amplas liberdades democráticas para se organizarem de forma independente das suas cúpulas, e se juntar às reivindicações e anseios da classe trabalhadora egípcias que não são os do imperialismo nem os dos generais de Mubarak.

Pela dissolução imediata do Parlamento fraudulento! Para acabar com o regime de Mubarak, não basta fazer reformas parciais na Constituição, como estão propondo o novo governo e a oposição burguesa! Pela convocatória de uma Assembleia Constituinte soberana com plenos poderes, sem ninguém que tenha sido parte dos organismos do regime de Mubak! Assembleia constituinte para romper os acordos com o imperialismo, para expropriar os bens de Mubarak e do conjunto do antigo regime, e construir um Egito socialista ao serviço dos trabalhadores e do povo!

A opressão do povo egípcio não se resume à ditadura e está ancorada na exploração e desemprego que condenam à fome e à miséria a maioria da população. A revolução não coloca em causa somente o atual regime, mas afeta diretamente o imperialismo dominante, sendo objetivamente uma revolução operária e socialista.

Para uma ruptura de fundo com o antigo regime é, por isso, fundamental romper os pactos militares e políticos com o imperialismo e Israel. Fora o imperialismo do Egito! Pela imediata e plena abertura da fronteira com a Faixa de Gaza!

Por um aumento imediato e geral dos salários que corresponda ao custo da cesta básica! Por um plano econômico de emergência e a redução imediata da jornada de trabalho sem redução de salário de forma a garantir trabalho para todos! Pela expropriação das grandes empresas nacionais e multinacionais e do sistema financeiro!


A única forma de garantir os anseios da juventude é a continuidade da revolução

A condição indispensável para cumprir os anseios das massas de construir um novo Egito, é que as mobilizações independentes continuem. Foram as mobilizações das massas e não o Exército que derrubaram Mubarak. Chamamos por isso as massas egípcias a não depositarem o destino da sua revolução nas mãos do Exército e a confiarem nas suas próprias forças.

A juventude, que cumpriu um papel extraordinário na vanguarda dessa mobilização e mostrou um heroísmo ao permanecer na praça todos esses dias apesar da repressão, deve continuar organizada e exigir as conquistas! A classe trabalhadora, além de estar no centro do combate contra Mubarak, já mostrou que pode parar o país.

A partir da vitória dos que ocuparam e mantiveram a Praça Tahir, está colocada a necessidade de continuar e impulsionar a mobilização e organização independente dos trabalhadores e jovens, de chamar um encontro urgente dos trabalhadores e do povo que discuta um programa o serviço das massas, oposto ao da cúpula militar e ao da oposição burguesa, e tome o poder em suas mãos para levá-lo a cabo.

É preciso desenvolver a revolução árabe!
Depois da Tunísia, a revolução árabe teve um grande triunfo com a derrubada de Mubarak. Vamos estendê-la a toda a região! Pela derrubada das demais ditaduras e monarquias reacionárias do mundo árabe e do Oriente Médio!

Mubarak foi um esteio da ordem imposta pelo imperialismo na região, cujo centro é o Estado de Israel. A revolução árabe não será triunfante enquanto o Povo Palestino estiver sob o tacão de Israel. Todo apoio ao Povo Palestino! Pela destruição do Estado de Israel!

Esse processo revolucionário tem também como desafio enfrentar os regimes ditatoriais teocráticos, como o Irã, que reprimiu durante as mobilizações contra a fraude ano retrasado e que mantém a exploração do seu povo, apesar do choque eventuais com o imperialismo.

A revolução árabe coloca na ordem do dia recuperar a unidade da nação árabe na perspectiva de construir uma grande Federação das Repúblicas Socialistas Árabes!

São Paulo, 11 de Fevereiro de 2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Abaixo as mesas de negociação permanentes!

O governo Agnelo criou uma mesa de negociação permanente com as entidades sindicais dos servidores do seu governo com o objetivo de discutir as questões trabalhistas. O objetivo, com essa mesa, é substituir a mobilização do conjunto dos trabalhadores por um grupo de sindicalistas e representantes do governo que se reunirá por tempo indeterminado, sem objetivos muito claros.



Essas mesas já foram implantadas no governo Lula para os servidores federais, e o resultado é que não se teve nenhum resultado! Nenhuma reivindicação dos servidores foi atendida pelas mesas de negociação permanente e dezenas de grupos de trabalho que foram criados.


Os baixos reajustes que os servidores federais conquistaram nos últimos anos foram fruto de duras greves e mobilizações. O governo usa as mesas para justificar que está negociando e fazer com que as greves sejam questionadas na justiça, com punição para os grevistas em muitas das vezes.


Essas mesas são usadas pelos diversos governos federal, estaduais e municipais para cooptar o movimento e atrelar as entidades sindicais ao Estado, eliminando a independência nas negociações.


A primeira luta que essas mesas de negociação tentam desviar é a luta dos professores aprovados em concurso público, e que foram “desconvocados” no ínicio deste ano. Os mais de 1100 professores correm o risco de serem ignorados, uma vez que o governo acenou que contratará apenas 400, dos 1500 inicialmente convocados.


Não podemos depositar nenhuma confiança nessas mesas de negociação do Agnelo. Essas mesas permanentes de negociação podem parecer uma vitória, mas ainda vão se voltar contra os trabalhadores. Somente com lutas e mobilizações vamos alcançar nossas reivindicações. Queremos sentar para negociar com o governo, e com data marcada para começar e concluir, e com pautas de reivindicações bem definidas.

Direto da praça Tahrir - Um brasileiro no Egito



umbrasileironoegito.wordpress.com

@diretodoegito

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Não ao aumento dos deputados

Baixe os materiais da campanha Não ao Aumento dos Deputados

CARTAZ

PANFLETO

Na posse dos deputados, manifestantes protestam contra aumento abusivo dos salários

Protesto exigiu o mesmo aumento no valor do salário mínimo

 
Enquanto os deputados tomavam posse do novo mandato no Congresso Nacional, do lado de fora manifestantes protestavam contra o aumento abusivo dos salários dos parlamentares, aprovado no final da última legislatura.



Cerca de 200 manifestantes, entre ativistas da CSP-Conlutas, ANEL, PSTU, Rede Estudantil Classista, entre outros que compõem o “Comitê contra o aumento dos Parlamentares de Brasília”, expressaram indignação frente ao aumento de 62%, que elevará os salários para quase R$ 27 mil.



Os manifestantes saíram da rodoviária de Brasília e percorreram em passeata até o Congresso Nacional. Com faixas e cartazes, os manifestantes compararam o valor do salário dos deputados com o salário mínimo que o governo admite dar, de apenas R$ 545.



Um manifesto foi distribuído exigindo a imediata revogação do reajuste aos deputados, e um aumento de 62% no salário mínimo, rumo ao mínimo definido pelo Dieese. O texto denunciava ainda o corte no Orçamento anunciado pelo governo a fim de fazer superávit primário.

“Embora pequeno esse grupo aqui representa melhor o povo brasileiro do que quem está lá dentro. A maioria da população está muito irritada com isso”, disse Zé Maria, dirigente da CSP-Conlutas e do PSTU, à imprensa. Logo depois, o grupo foi até o Ministério do Trabalho, onde ocupou todo o saguão de entrada, exigindo reajuste digno ao salário mínimo.
 
 

Assim que terminou o ato, Zé Maria participou de uma reunião com a OAB a fim de definir novas ações na Justiça contra o aumento dos deputados.

Além do ato em Brasília, também ocorreram manifestações no Rio de Janeiro, Fortaleza e Curitiba, enquanto ocorria a posse dos deputados estaduais. No twitter, internautas digitaram a tag #contraoaumento como forma de protesto.


Contra o aumento do salário Mínimo - manifestação em Brasília