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terça-feira, 20 de abril de 2010

Governador-tampão do DF eleito foi membro dos governos Arruda e Roriz

Eleição foi garantida com repressão a manifestantes


No último dia 17 de abril, foi eleito para governar o Distrito Federal até o final do ano Rogério Rosso do PMDB, um ex-membro dos governos de José Roberto Arruda, principal personagem do escândalo de corrupção no DF; e de Joaquim Roriz, ex-governador do DF que renunciou a seu cargo de senador para não ser cassado em outro escândalo de corrupção.

Enquanto isso, do lado de fora, policiais massacravam estudantes que se manifestavam contra as eleições. Aos gritos de “Não reconheço esta eleição, aí dentro só tem ladrão”, estudantes foram duramente reprimidos por policiais militares. Ao todo, pelo menos cinco estudantes foram hospitalizados e quatro foram presos. Contudo, a imprensa falou apenas que dois policiais foram feridos.

Os trabalhadores e estudantes do DF foram impedidos de assistir a eleição da galeria da Câmara Legislativa. Do lado de fora apenas um telão sem áudio, para que não pudessem escutar os discursos.

Tudo isto para garantir que o administrador de Ceilândia no governo Roriz, e presidente da Codeplan no governo Arruda fosse eleito para governar o DF.

Entre os votantes estavam os deputados denunciados na Operação Caixa de Pandora. Entre eles, a deputada Eurides Brito, flagrada nos vídeos colocando dinheiro na bolsa. Ou “ilustre” entre os votantes estava Geraldo Naves, que estava preso até o início da semana acusado de subornar uma das testemunhas do escândalo de corrupção. Ambos votaram no candidato eleito, Rogério Rosso.

O PT e o PCdoB, ao invés de estarem do lado de fora com os manifestantes, estavam no meio dos deputados acusados de corrupção, apresentando candidaturas e alimentando ilusões em uma eleição sem nenhuma legitimidade.

O PSTU vem desde o início participando do Movimento Fora Arruda e toda a Máfia, defendendo a prisão e o confisco dos bens de todos os corruptos, e a antecipação das eleições diretas para governador e deputados distritais. Não reconhecemos a legitimidade do Governo Rosso, que também é parte do esquema de corrupção do DF, nem das eleições indiretas, antidemocráticas. Exigimos que a classe trabalhadora do DF decida quem deve governar, e não a Câmara Legislativa corrupta. Pela anulação das eleições indiretas e convocação de eleições diretas já!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Manifestação Contra as Eleições Indiretas!

No próximo sábado, 17 de abril, acontecem as eleições indiretas para governador do Distrito Federal. Os deputados distritais elegerão o governador-tampão que governará até dezembro.

Depois de uma enorme crise política envolvendo o governo do Distrito Federal, inclusive a Câmara Legislativa, desemboca numa solução vinda dos próprios acusados de corrupção. Inclusive, um dos que votará para governador estava preso até esta semana, acusado de participar do suborno de uma das testemunhas do escândalo de corrupção.

O "Movimento Fora Arruda e toda a máfia" protocolou uma anticandidatura de escracho dos bonecos Tony Panetone e Bezerra de Ouro para os cargos de governador e vice-governador do DF, respectivamente. Tony é um panetone de papelão que carrega dinheiro na cueca e nas meias. Bezerra é uma vaca dourada com cifrões espalhados pelo corpo.

O primeiro faz alusão à desculpa que Arruda (ex-governador) deu para justificar o recebimento do dinheiro, dizendo que era para compra de panetones. E a bezerra se refere a um escandalo de corrupção protagonizado por outro ex-governador, Joaquim Roriz, que afirma ter pago cerca de R$ 2 milhões por uma bezerra.

O PSTU está convocando, junto ao "Movimento Fora Arruda e Toda a Máfia", uma vigília a partir desta sexta-feira, e um ato no sábado, com concentração desde a parte da manhã, para a votação que se iniciará ás 15h. É importante a presença de todos que não concordam com a eleição indireta para governador, pois uma câmara que está envolvida até o pescoço neste escandalo não pode escolher o próximo governante do DF.

Nós do PSTU defendemos, ainda, a antecipação das eleições de outubro para já, para que os trabalhadores e a juventude do DF tenham a oportunidade de votar e, pelo menos, escolher o governador e os deputados distritais que substituirão os atuais corruptos.


*MANIFESTAÇÃO CONTRA A ELEIÇÃO INDIRETA!*

· Dia 17/04 (sábado), a partir das 08h00 da manhã.

· Em frente a Câmara Legislativa do DF ( no final da Asa Norte).

Com vigília no mesmo local, dia 16/04 (sexta) às 20h00.

Não podemos aceitar mais uma farsa da Câmara mais corrupta do Brasil!

Contamos com a presença de todos/as. Essa luta também é sua!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Manifestantes lançam a candidatura de Tony Panetone e Bezerra Dourada para dizerem não às eleições indiretas

Eleição indireta ocorre nesta quarta, dia 17, em Brasília, e acoberta acordo após a prisão de Arruda


Lucas Brito, de Brasília (DF)

Depois da prisão e cassação do governador José Roberto Arruda (DEM) e a renúncia de seu vice Paulo Octávio (DEM), a câmara forjou uma proposta de encerramento da crise política e “restabelecimento da ordem”. A proposta é que os novos ocupantes das cadeiras do governo sejam escolhidos de forma antidemocrática através de eleições indiretas, organizada pela mesma câmara que antes foi conhecida pelas denúncias de corrupção envolvendo 12 deputados de um total de 24, e que assou uma grande pizza abrindo processos de punição para, somente, três envolvidos. A impunidade se deu fruto de um grande acordão entre os partidos envolvidos e foi comandada pela comissão de ética da câmara legislativa, presidida pela deputada Érika Kokay (PT).

Nesta última quarta-feira (07/04) o movimento Fora Arruda e toda a Máfia e os grupos políticos que o compõem organizaram o lançamento da candidatura dos bonecos Tony Panetone e Bezerra de Ouro para os cargos de governador e vice-governador do DF, respectivamente. Tony é um panetone de papelão que carrega dinheiro na cueca e nas meias. Bezerra é uma vaca dourada com cifrões espalhados pelo corpo. Tony Panetone faz alusão ao dinheiro recebido por Arruda no esquema do mensalão. À época, o ex-governador declarou que o dinheiro seria utilizado para doação de panetones.

Já o Bezerra Dourada critica o valor superfaturado de uma bezerra que o então senador do PMDB Joaquim Roriz teria pago, após um empréstimo de origem suspeita de R$ 2,2 milhões. Desse valor, R$ 300 mil seriam para o pagamento pela bezerra. O ato nada mais é que uma resposta à farsa dessas eleições. O movimento que ocupou a Câmara Legislativa foi duramente reprimido em ato no palácio do governo e teve a vitória do movimento concretizada na lutas, hoje diz que não pode aceitar que essa câmara corrupta escolha quem irá governar até o final do ano.

O ato contou com o grande ar da ironia, mas que na verdade é o que há de mais sério diante do plano absurdo de retirada, das mãos dos trabalhadores e trabalhadoras do DF, o direito de escolher os seus governantes.

Apenas começamos e a luta continua!
O ato, diz o movimento, é o primeiro de outros que virão em combate às eleições indiretas e às tentativas de fechar essa crise com o grande manto da impunidade, como já vimos acontecer outras vezes no cenário político brasileiro. O movimento promete voltar às ruas com um calendário que se estenderá para a próxima semana e culminará em um grande ato contra as eleições indiretas no próximo dia 17/04, data marcada para se realizar, na câmara legislativa, a eleição indireta.

A Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL) participou desse ato, assim como de todos os anteriores, desde a explosão dos escândalos. Militantes da entidade declaram a importância de, nesse momento, os lutadores e as lutadoras do DF se levantarem para dizer não às eleições indiretas e defenderem que os rumos do governo sejam decididos pelos trabalhadores e trabalhadoras de forma mais democrática. É preciso que o movimento siga em frente até que todos os escândalos sejam investigados e todos os envolvidos sejam punidos, além de a política implantada pelo antigo governo, derrubado pelas mobilizações, seja questionada de fundo, pois é chagada a hora da classe trabalhadora pensar na construção de um governo feito por trabalhadores e para trabalhadores, coisa que já está mais que comprovada que nesse sistema não é possível. Esse não é o primeiro mensalão na história da política brasileira e os trabalhadores e a juventude devem se mobilizar para combater a corrupção. Nem o mensalão do PT, nem o mensalão do DEM. A luta deve continuar e vamos contra às eleições indiretas!